sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Hipocrisia de Reveillon !



Hoje, dia trinta de dezembro, penúltimo dia de 2011, vejo alguns amigos e familiares fazendo planos para o ano que chega. Os pedidos não são diferentes dos que suplicam as demais pessoas, e se repetem mais uma vez como um mantra imortal, evidentemente inalcançável, proferido em todo fim de ano.
E é sobre isto que retrato estas poucas palavras.
Porque ainda se pede PAZ? Em uma sociedade intolerante política, econômica, social e religiosamente, na qual a polícia, incompetente e corrupta, que tem o simples dever de nos defender, acaba por nos oprimir e nos desamparar diante das atrocidades presentes no cotidiano.
Como orar por AMOR? Enquanto os parricídios ainda fazem vítimas no seio familiar; enquanto a concentração, de renda e de terra, ao passo que custeiam Iates e cassinos de luxo, determinam a miséria da população subsaariana; e enquanto for pertinente a afirmação do Eça de Queiroz que diz “Dói mais uma dor de dente que uma guerra na China”.
Para quê clamar por FELICIDADE? Se a sua verdadeira essência nem sequer foi descoberta pelos indivíduos que relacionam-na ao dinheiro e a obtenção de bens materiais. O Thalma, como chamam os gregos, é um sentimento puro alheio a qualquer tipo de ambição fútil.
Em suma, nem a tão sonhada ESPERANÇA deve vigorar, de modo que, tudo o que foi exposto acima será imutável ao menos enquanto :
  • As Coreias não forem unificadas,
  • Israelenses e palestinos não se cumprimentarem pacificamente,
  • Crianças africanas ainda morrerem de fome,
  • O modo de produção mundial corromper o ser humano.
  • A força bélica determinar poder,
  • E a potência econômica do titio Obama exercer o monopólio e dar as cartas, no que tange às decisões desta grande bola azul, que gira... 
    ao passo que o universo entra em decadência.

    Matheus Fonseca Pinheiro

domingo, 20 de novembro de 2011

Discrepância do Destino!


Um dia esses nossos desencontros ainda vão nos surpreender, pode apostar.
A nossa história sempre foi desajeitada e imperfeita, e o momento atual evidencia claramente essa afirmação.
Há tempos eu vinha tentando te provar que você não merecia se submeter à falsas desculpas, mentiras e traições, porque havia, bem ao seu lado, um cara cheio de sorrisos e com o coração palpitante, louco por um simples beijo seu. Mas parecia que quanto mais eu me aproximava de ti pra te fazer encontrar a verdadeira felicidade, mais você se contentava com as lágrimas de crocodilo que iludiam seus sentimentos, e se afogava sozinha no oceano infinito da comodidade.
Tinhamos o mundo a nosso favor, mas inércia te fez abdicar.
Eu desmoronei, mas me conformei logo, afinal, coragem nunca foi o seu forte!
Bom, me distanciei pra respeitar a sua escolha e sobrevivi.
(…) Agora que eu encontrei alguém que me faz cafuné durante os filmes, que sabe dar valor aos meus romantismos bobos e que satisfaz meu coração de forma impressionante e mágica, você reaparece assim, de paraquedas, linda, livre, sorridente e corajosa, do jeitinho que eu sonhava, me dizendo que eu tinha razão em tudo e que ainda dá tempo de reparar as discrepâncias do destino?
Me desculpe, mas é tarde de mais. Chorei horas sem parar pra me despir de conceitos que envolviam você; Tive que reinventar todas as minhas trajetórias pra não correr o risco de me perder lembrando a cor dos teus olhos; restabeleci completamente as minhas prioridades, excluindo o cheiro, inconfundível, da tua pele do meu catálogo olfativo; Encontrei, por fim, alguém que me ama de verdade, me admira, me respeita, retribui meus carinhos, me abraça forte suspirando ao meu ouvido, e me beija com uma paixão de dar inveja.
Me perdoe a franqueza, mas não vale mais a pena arriscar por nós dois, afinal, sempre fomos bonecos de pano nas mãos desse destino desajeitado.
Deixe as coisas como estão e o futuro dá conta de pôr, tudo no lugar.
Como diria o mestre Vitor Quintan “O tempo não cura as feridas, mas alivia a dor e embaça a memória”.
Talvez tenha que ser assim... um sonho frustrado e, mais tarde, até esquecido.

Matheus Fonseca Pinheiro

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Possibilidades


Não, você não me conhece, sou abertura de sentidos, vir-a-ser contínuo. Não há motivos para surpresas, não estou completo, feito, obra prima realizada, escultura. Sou construção, gerúndio, obra inacabada, demolição.
Não me pode enquadrar, rotular, encaixar nessa ou naquela gaveta, nesse ou naquele arquivo de guardados com etiquetas. Não é desobediência, não é rebeldia, mal criação é resignificância, reinvenção, particularidades.
Não é escolha também, que fique claro, é assim, assim mesmo, idiossincrasia. Coube a mim ser eu, cumpro a sina, singularidade. Perdôo-me de tempos em tempos, culpo-me em proporção igual, retrocedo, desinvenção, repetição.
Não sou metamorfose ambulante, repito-me, exaustivamente, repito-me e mora, também aí, a diferença o desigual, inequação, adequação. Não sou objeto passível de análise, tampouco sujeito a mercê da síntese, sou abertura de sentidos.
Existir precede, antecede, cede, cedo. e cedo se aprende a ceder, e cedo se aprende a aceitar, cabisbaixar, submissão, o mito, platão. Âncoras de nós mesmos, aceitamos fixar-se nesse de nós que não nos expressa, não nos mostra, impotência.
Espaço infinito de possibilidades esse naco entre meu peito e costas. Parcela finita de carne e osso ilimitada pelas múltiplas percepções de mundo, visualizações, elucubrações. Sonhar como meta, atividade fim, recomeço constante, continuado.
Não sou constante, não sou variável. Não espere, por isso, mudanças contínuas. Não espere, por isso, estagnação. Não espere, exaspere, por que sucumbir ao outro expectante se tanto de você ainda está por vir?

Vitor Quintan

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Em Uma Noite De Sonho Qualquer...


Eu me contentaria só com teus lábios, mas você quis me mostrar que ia além disso:
Eram dentes e unhas, ou mordidas e arranhões, respectivamente; e no cenário improvisado do meu quarto escuro você me revelava os teus segredos mais excêntricos.
Cada botão da minha camisa que você desabotoava, seu sorriso aumentava uma polegada, e cada vez que você sorria pra mim meu coração tinha ataques epiléticos involuntários.
A trilha sonora era perfeita também; um suave instrumental de Jazz me fazia deslizar mais levemente em tua pele de pétala, doce como pólen.
Eramos nós, nus.
Você era toda amores, arrepios, coxas, pescoços e cabelos, 
e eu era ingenuamente barba, sussurros, mãos e calafrios.
Eramos nus, em nós."

Matheus Fonseca Pinheiro

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Marrentinha!


Falando mal de mim?
Dizendo que me odeia?
Virando as costas quando eu passo?
Tá, você acha mesmo que eu não noto a malícia no seu olhar?
- Minha mãe já dizia, benzinho:

Quem desdenha quer comprar!

Matheus Fonseca Pinheiro

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"O Último Adeus"


Sentados naquele saguão imenso, esperando seu embarque, lembrávamos de tudo o que nos conduziu até alí, e as lágrimas rapidamente voltavam a embaçar nossa vista.
Cada vez que eu pensava na hipótese real de nunca mais voltar a te ver, minha mente se inclinava ao suicídio, e cada segundo que eu te imaginava longe dos meus braços, me encorajava para um homicídio (mas isso não seria um drama, e sim uma tragédia. Todavia, de qualquer modo, o final seria trágico). 
Às vezes, seus olhos fixavam os meus tão profundamente que até pareciam estar lendo meus pensamentos (mas isso nem era tão difícil assim). 
A cada chamada de vôo meu coração congelava porque seu calor ficava mais distante de mim. Eu tinha muita coisa pra dizer mas me faltava ar, e ainda que eu tivesse ar não saberia por onde começar; e ainda que soubesse já não daria mais tempo, faltavam dois minutos. 
Em poucos segundos eu pensei em tanta coisa, que me pareceu não ter pensado em nada. 
Eu não sabia explicar porque, mas só queria te abraçar... talvez na esperança de que tudo aquilo fosse um pesadelo e com meu abraço forte você acordaria, mas já era tarde demais, chegara a hora tão esperada e desesperada, e agora sim começaria o pesadelo de verdadeEu fiquei atônito, e ela como quem se conformara com o destino, segurou meu rosto entre suas mãos frias, e disse com doçura, a frase que selou a cicatriz no meu coração:

 Nosso amor está morrendo, para que nós tenhamos vida .

Ela não olhou pra trás, e até hoje eu também nunca mais olhei.

Matheus Fonseca Pinheiro

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"O Penúltimo Adeus"



As despedidas em aeroportos são sempre as piores.
Certa vez, em uma dessas, um homem qualquer parecia estar perdendo um pedaço do coração (e de fato estava). Ele chorava incessantemente, e abraçava a moça tão forte que seus braços tremiam. Em uma das mãos a moça segurava o passaporte, e na outra uma agenda de fotos e anotações
Suas malas, dispostas uma em cima da outra, assistiam àquela cena com muita lástima. O homem sussurrava palavras desesperadas de amor e perdão, e a mulher acolhia-as com muitas lágrimas. O dia estava chuvoso e frio, era julho. O relógio apontava para as nove da noite, e embora o maior desejo daquele casal, nesse momento, fosse parar o tempo, os ponteiros giravam rápido demais, eu diria que até mais rápido que o normal. 
Ela não sabia o que dizer naquela hora, eram muitos sentimentos misturados, muitas sensações embaraçadas, e só os soluços cortavam o silêncio no saguão
Ele abraçava-a, beijava-a, mas nada parecia suficiente para conter-lhe o choro, e ela se deixava repousar em seus ombros inconsolável. Havia muita verdade naqueles olhos... mas não havia solução.
Aquele homem era EU e a moça também foi, um dia, um pedaço de mim. (...)
CONTINUA...

Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mal-me-quer ?


Ninguém é tão perfeito que não cometa erros.
Ninguém é tão covarde para não assumi-los.
O meu deslize foi irracional, eu sei disso.
O dano causado pela minha atitude pode ter sido irreparável, e eu também sei disso.
Todas as minhas explicações serão em vão (então não as darei).
Todo meu arrependimento também.
Tens todo o direito de pensar o pior de mim, porque eu não faria diferente, mas não me julgue antes de ouvir o que tenho a dizer:
É bem provável que as minhas palavras não sejam, exatamente, o que você quer ouvir agora, pois lhe remetem à lembranças doloridas de algo inexplicável para os olhos e incompreensível para o coração!
Eu posso entender se o seu peito me expulsar de dentro dele, mas não ouse pensar que foram falsos os meus beijos, insensíveis os meus toques, insólitos os meus carinhos, e muito menos, diga que nada significou pra você o meu “Eu te amo”.

Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 28 de julho de 2011

"História da Carochinha" (O balaio de gato)


Relato, estupefato, um fato pacato, acharam no mato um balaio de gato.
O pato e a pata de pé no sapato partiram pra ponta pontuda do penhasco, publicando pro povo um problema novo: 
“Os felinos fugiram da casca do ovo!”
 Um falcão, de prontidão, fez a organização da comissão: No ar, o gavião; no mar o tubarão; o jaguar ia no chão, a se guiar pela valentia do leão. Unidos por rugidos em sua comunicação, procuravam os desaparecidos com a ajuda da população. A formiga e sua antiga amiga; o macaco de suvaco na barriga; o elefante saltitante da caverna; e o gigante hipopótamo sem perna. O tucano baiano com plano no pano e seus mano: Beltrano, Fulano e Ciclano, faziam experiências com propil, metil, butil e pentil, e misturavam propano e metano na catapulta, que pariu.
Todo mundo padeceu nesta caça, mas no fundo se esqueceu da garça. Tal ave, de complô com a cegonha, os filhotes lhe entregou por um pedaço de pamonha (que vergonha).
Agora, na hora da aurora, a fauna chora porque a lei vigora: 
“Os que amamos, sem demora vão embora!”
Voa, voa cegonha boa... distante, num rasante sobre a lagoa. Voa pro mundo real, banal, desigual e canibal, onde os gatinhos serão só gatinhos e o conto surreal terá seu tão esperado ponto final.

Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 21 de julho de 2011

NÓStaugicamente


Eu sei que aquele dia você também me viu, e tenho certeza que desviou o olhar de mim para que o seu namorado novo não percebesse a intensidade em que seus olhos, marejados de saudade, me fitavam, incessantemente. Não adianta negar que seu coração foi a mil quando, depois de tantos anos, você enxergou alí, que eu continuo o mesmo adolescente inconsequente e idiota pelo qual você se apaixonou. Foi difícil pra mim também, não ter ido ao teu encontro pelo menos pra dizer “oi”, e tocar nos teus cabelos pra saber se a textura deles continua inconfundível.
Mas eu entendo... tinha de ser assim, né?! … é o tal do destino.
Acho que o problema da gente, foi que tudo acabou rápido, sem muitas explicações e sem mágoas pra ninguém (principalmente); terminamos sem sentir ódio um do outro, e isso não é bom para o fim de um relacionamento. Semana passada quando você me viu, e eu também te ví, renasceram em nossas mentes todas as mais lindas recordações de um tempo onde tudo girava mais devagar, e éramos livres. Hoje, sem rancor nem cicatrizes, só nos lembramos do quanto era bom o nosso romancezinho, e cogitamos a hipótese, remota, de que poderia ter sido melhor ainda.
A saudade vai ficar... ah, vai. Ela sempre fica.
“Mas para nós, ficará como souvenir de um conto mal acabado, escrito com giz.
Ou como uma história sem aquela frasezinha para acabar... final feliz.”

Matheus Fonseca Pinheiro

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sonhos, Planos e Promessas


Não me fale de amor, pelo menos enquanto o vento não seca as minhas lágrimas.
Não me conte a sua dor, pelo menos enquanto as minhas feridas ainda estiverem abertas.
Não tenha medo do terror, já que não estarei segurando a sua mão quando a luz apagar.
Não tente se recompor, pois o seu coração sem mim não pode pulsar.
Mantenha firme a dureza das suas palavras.
Não volte a repeti-las, eu já não posso suportar.
O vazio que atravessa o meu peito, não sei se pode ser preenchido,
mas seus atos, mentiras e omissões, podem sim, fazer sentido.
Seu olhar oblíquo e seu sorriso indiferente pegaram de surpresa meu coração inocente.
Cabelo preto. Olhos pintados. Encantadoramente e de repente, apaixonaram os meus, apenas arregalados.
Eu poderia dizer que vou seguir, mas não posso.
Apagar todos os seus vestígios de mim não é tarefa fácil, agora que já não sei diferenciar o que é meu de fato, e o que se tornou meu por meio de vias estritamente vulneráveis.
Seus segredos são meus.
Meus anseios são seus.
E, definitivamente, eu me rendo, mais uma vez, ao sabor do seu pecado.

Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Admirador Secreto


Juro que se ela tirasse a roupa naquela hora, eu a pediria em casamento... Mas ela prefiriu ser mais sutil e me propôs um brinde: Um brinde à nossa fiel e duradoura AMIZADE.
' Comentários à parte, eu só não entendi por que, em plena sala de estar do seu apartamento, (estando nós dois sozinhos) ela pôs pra tocar “Remember” do Richie Kotzen apenas para brindar à nossa amizade fraternal e eterna? Não sei quanto a você, mas eu não acho que seja o clima e o lugar apropriado para celebrar afeições amigáveis (Qualquer cara se apaixonaria), a menos que o tal amigo seja gay. Como não é o caso, continuarei meu relato frustrado: '
Era um vinho italiano da safra de oitenta e quatro, se não me falha a memória. Ela estava deslumbrante num vestido branco estampado, e eu desajeitado como sempre, no meu antigo suéter cinza. Ela sorria, me contando as novidades e eu me encantava, perdidamente, pela cor dos seus olhos. Não me lembro de algum dia ela ter dado esperança às minhas fantasias eróticas, mas ainda assim eu fantasiava (e como fantasiava). Foram duas horas e trinta e sete minutos de uma conversa própria de dois grandes amigos: Trabalho, viagens, cinema e recordações antigas. Após quatro ou cinco taças de vinho, nos despedimos calorosamente, e eu fui embora meio confuso, meio atordoado, mas completamente decidido em revelar para ela, algum dia, minha verdadeira identidade: admirador secreto da melhor amiga.

Matheus Fonseca Pinheiro

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Involuntária Paixão


Recentemente
me deparei com um olhar moreno de tamanha significância
que meu coração hesitou em esquecer.
Consequentemente
me encantei com a fragilidade descrita no seu sorriso
e me assustei com a intensidade que seus lábios seduziam os meus.
Obviamente
me rendi aos prazeres de um mundo absolutamente complexo
do qual não me atrevo a sair.
Simultaneamente
nossas silhuetas se intercalavam ao som de um impecável piano de caldas.
Evidentemente
você era tudo que eu sempre sonhara
e naquele momento o êxtase máximo do amor era um suspiro seu.
Eternamente
seu cheiro reinará em meus lençóis
propiciando a angústia em que fico,
ao ser maravilhosamente descrita em um poema do Chico.  


Matheus Fonseca Pinheiro

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vento Inverno


Espero o frescor de um novo vento.
Vento suave, frio e acariciador.
Vento que leva as flores, no outono.
Vento que traz as chuvas do Norte, enquanto as andorinhas voam em bando.
Vento nos grãos de pólen, angiospermas, beija-flores azuis.
Vento inverno.

Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Blefe Fatal


Que a minha vida, alicerçada por falhas e indecisões, seja reinventada, com bases de felicidade e inconstância, após o corte epistemológico causado pela sua aparição.
Seja por destino ou por pura luta, o fato é que, hoje, depois de uma eternidade, não consigo vislumbrar outra possível alternativa que me faça sentir completo, que não fosse a tua companhia me transbordando de paixão.
Vejo meu sorriso refletido no espelho e enxergo nele um brilho especial. Os poemas da Elisa Lucinda e as crônicas da Martha não passam mais indiferentes à minha sensibilidade. Foto na cabeceira, mensagem no celular, perfume no corpo, gosto na alma.
Todos os indícios de um nada me remetem ao seu tudo e o desejo despertado pela carne, é, simplesmente, a expressão vital da profunda essência do espírito. Paralelamente ao nosso karma, compreendo com perfeição a força de uma trajetória longa, conturbada e morna. Entretanto, retrato um final bem recompensado e mais que vitorioso.
No início a gente combinou que não ia ser amor. Firmamos compromisso, registramos em cartório e contratamos as testemunhas. Agora, nada disso adianta mais, se soltamos a rédia e perdemos o controle da situação.
As testemunhas estão mortas, o contrato foi rescindido e o compromisso passou a ser, então, seriamente pautado.
No frigir dos ovos, descobri que não dá pra combinar nada com o coração. Ele rouba no jogo, mente nas palavras, nas cartas, e dependendo da aposta, o blefe pode ser fatal.
Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Campo Minado"


Sei o quanto é difícil me descrever, quem dirá descrever você.
Entretanto, pra mim, agora se tornou mais fácil, por mais estranho que seja.
Pode até ser engraçado, mas seu sobrenome podia ser: CONFUSO.
Você é um questionário ainda não respondido. Uma teoria coberta de hipóteses.
Seus medos, suas dúvidas, seus segredos conseguem me confundir por inteira.
É, tenho você como uma espécie de campo minado.
Sinto que estou perto de chegar ao outro lado, mas só vou conseguir se você me ajudar.
Cada dia que passa as minas ficam mais evidentes, e qualquer passo pode colocar tudo a perder.
Com ajuda da probabilidade, consigo dizer que de dez tentativas, nove são minas e apenas uma é a continuação do caminho.
Assim, cada vez mais percebo o quão imprevisível é esse campo; como se a última jogada fosse um passo no escuro.
E esse é o meu constante dilema, PROGREDIR, arriscar sem medo e encontrar o verdadeiro moreno do sorriso doce com quem eu sonho; ou REGREDIR, voltar atrás, pular essa etapa e ir em busca de novos campos.

Mylena Araújo

domingo, 22 de maio de 2011

Meus Heróis!


Se hoje meu caminho é estável e a ponte que tenho para atravessar é longa, mas firme e segura, eu agradeço a eles.
Não tiro o mérito da minha dedicação, nem do meu esforço, porque foram características decisivas para a conquista da vitória. Entretanto, me parece razoável retratar a importância de alguns heróis desta minha trajetória árdua e sofrida.
São heróis de carne e osso, alguns mais osso do que carne; gente muito inteligente, com cabeça, às vezes cabeça até demais; pessoas espertas de pensamento rápido, outras lentas... bem lentas; algumas tocam, cantam, outras tocam e encantam; não são heróis de Hollywood, lindos e perfeitos, são personagens reais, feios, de óculos, aparelho no dente, que exageram na Vodka, fazem específica de matemática sem pagar e almoçam na quentinha da PIB todos os dias (Alguns usam até gola V); gente que chega atrasado com olheira porque ficou até as quatro da manhã tentando entender o que é mitocôndria; ou gente que chega cedo demais, antes de tio Ivan, pra fichar as folhinhas atrasadas; personagens que depois de ficar o dia inteirinho estudando na biblioteca da Universo, pegam o ônibus lotado e dormem em pé até chegar em casa; gente que sonha com o resultado das questões; e até gente que escolhe francês como opção de língua estrangeira, sem saber nem o que é "bonjour". Humildes, engraçados, companheiros, inteligentes, bêbados, tímidos, sorridentes, lutadores, batalhadores, vitoriosos e vencedores!
Todos nós fazemos parte de um Time.
Vitor Quintan... O grande patriarca e eterno mestre!
Isaac Newton dizia: “Se consegui ver mais longe, foi porque estive apoiado em ombros de gigantes”
Os ombros em que me apoiei eram bem altos, e me socorriam quando eu ameaçava cair.
Por minha parte, digo com grande prazer, que tenho orgulho de ter como espelho todas estas grandes almas que provaram, de mãos dadas, que TODOS JUNTOS SOMOS FORTES.
   Meus heróis, essa batalha foi nossa, e a vitória, é apenas a recompensa pelo que plantamos. Sou-lhes muito grato por tudo.
Amém.

Matheus Fonseca Pinheiro

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pátria Amada, Brasil!



Muito me irrita ver alguém falar mal do meu país. E fico ainda mais indignado quando quem fala não tem nenhum embasamento teórico sob as acusações que faz e nem fundamenta seus argumentos de forma coerente.
(Isso é assunto pra muitas linhas, mas tentarei ser breve expondo apenas algumas formas de raciocínio minhas)
É inegável que a corrupção no Brasil é digna de vergonha; que a saúde e a educação vão muito mal das pernas; que a justiça é falha e desigual; e que pra qualquer transação irregular existe o “jeitinho brasileiro” (e eu não me orgulho disso). Entretanto, é necessário ressaltar que não se pode julgar nossa nação, comparando-a com outros países bem mais desenvolvidos, sem antes averiguar alguns pontos pertinentes:
Como comparar os países europeus com o Brasil?
Nós só temos pouco mais 500 anos de existência, enquanto eles escreveram, com os próprios punhos, a história do planeta.
Em 1517 enquanto a gente trocava pau-brasil por espelhinhos na colonização, a Europa se levantava numa Reforma Protestante, contestando a estrutura e os dogmas de uma igreja católica pecadora; Quando em 1688 nós plantávamos cana-de-açúcar com mão de obra escava, a Inglaterra fazia a Revolução Gloriosa, que punha fim ao absolutismo no país; Vejo gente dizendo: “brasileiro não sabe lutar pelos seus direitos, se fosse na França...” blá blá blá … Pois bem, na França, no século XVIII, mais precisamente entre 1789-1799, com o lema de “liberdade, igualdade e fraternidade”, o povo extinguiu uma forma antiga de sociedade com instituições feudais, derrubando uma monarquia absolutista e instaurando uma república. E quanto a nós aqui, fracassávamos na Inconfidência Mineira e enforcávamos Tiradentes no Largo da Lampadosa, no Rio.
Os tempos históricos são iguais, mas refletem realidades muito diferentes. O Brasil é um recém-nascido diante das “adultas” potências mundiais que, por sua experiência de vida, dominam facilmente as gerações mais jovens.
- Por isso, eu honro o meu coração verde e amarelo, assumo os defeitos e as falhas do meu país e me esforço, junto com as pessoas mais próximas de mim, para que sejamos algum dia um pouco menos corruptos, subordinados e individualistas.
EU ACREDITO NO BRASIL!
O povo da solidariedade. Com o sorriso do carioca, a inteligência dos paulistas, a serenidade dos baianos e a força e garra dos nordestinos.
EU NÃO FUJO DA LUTA!
Tem uma parte do hino que me arrepia e me emociona toda vez que é cantada: “Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme quem te adora a própria morte, terra dourada.”
EU TENHO ORGULHO DA MINHA PÁTRIA!
Um dia, apontaremos sim, como grande potência econômica, e discutiremos de igual pra igual, com os donos do mundo.
E pra quem canta: “Que país é esse?” …
Eu respondo: É o MEU ... É o SEU ...  É o NOSSO!

“Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil!”

Matheus Fonseca Pinheiro

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pintando um novo caminho!


De vez em quando é necessário mudar os rumos do que se planejou e Re-co-me-çar .

Eu discordo do Chico Xavier quando ele diz:
 “Não dá pra fazer um novo início, mas se a gente quiser dá pra fazer um novo fim.” 
Ou! Como não? Dá pra fazer um novo início sim, e de tempos em tempos, a mudança é imprescindível.É claro que faz parte de nós a rotina, a preguiça, a zona de conforto, mas, eventualmente, se faz necessário levantar do sofá e ir à luta.
É demasiadamente complexa a tarefa de abandonar a estagnação e remanejar, direcionando o fluxo a outros horizontes, visto que, é difícil trocar as atividades rotineiras por uma bateria de compromissos novos, dos quais nunca se ouviu falar; e mais doloroso ainda se torna quando a mudança é brusca e obrigatória. 
Uma amiga costuma dizer que “Há males que vem para o bem”, e essa afirmação é absolutamente verdadeira. Aprendi que as mudanças nos fazem voláteis e dinâmicos, e que quem sabe lidar bem com elas (quem souber me ensine) tem fortes indicativos ao sucesso.
Mudar de planos, refazer trajetórias, remoldar estruturas.
Um novo início é feito de muito empenho e dedicação, 
pelas mãos de quem não se permitiu enlatar
A iniciativa de um recomeço é digna de palmas.

Viver é a arte de pintar e, vagarosamente, 
a gente renova a aquarela, compra pincéis novos e 
escolhe a mais bela tela para pôr em prática 
o talento da nossa alma:   A PINTURA!



Matheus Fonseca Pinheiro

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Convite à Ilha Abandonada


Meu amor,
Segura minha mão. Ignora os pensamentos alheios. Ponha três ou quatro blusas na mochila e arremessa seu Ipod pela janela.
Pegaremos o ônibus às cinco da manhã rumo à liberdade e a realização do nosso sonho mais secreto e fabuloso. Ao descer do ônibus caminharemos três quilômetros por uma trilha de pedras e chegaremos a nado na tão esperada ilha abandonada.
(Vivem alí alguns pássaros e micos que servirão de cenário para a nossa lua de mel eterna.)

Já pensei em tudo:
  1. Levo comigo algumas facas e cordas para construir nosso ninho de amor.
  2. Levo também meu violão para lhe arrancar os mais lindos sorrisos e lhe fazer adormecer ao som de Caetano.
  3. Sobreviveremos de frutas, água de coco e muito sexo.
  4. Nas noites frias, a lua iluminará o fogo da nossa paixão auxiliada pela luz dos olhos mais belos que já cruzaram com os meus.

Em suma, o plano é infalível.
Nosso crime será perfeito.
Não há vítima, nem Vilão.
Entretanto, apressa-te:
Só posso esperar por mais oitenta e um anos que me restam de vida.

Matheus Fonseca Pinheiro

domingo, 17 de abril de 2011

O Vilão Sou Eu !


Depois de alguns acontecimentos, analiso a mim mesmo.
Nesta noite silenciosa em que eu não pretendia escrever, me pego sonhando acordado com possibilidades incabíveis de futuro. Faço planos sem fundo e fujo dos pensamentos sãos sem perceber. 
A saudade me aperta o peito, mas o superego contém minhas atitudes. 
O amor me mostra claramente as cartas, mas a sensatez não me deixa jogá-las. 
Parece que para cada palavra que eu evito dizer sobre nós dois, mais uma centelha acende na imensidão gelada da minha dúvida e do meu sofrimento. 
É egoísmo e inconsequência da minha parte querer agir por impulso, e botar a perder tudo o que poderia um dia se tornar um lindo conto, mas é tarde demais pra recomeçar! 
Teremos que aprender, eu e você, a lidar com as tolices e injustiças às quais o destino nos submete.
Somos simples marionetes meramente manipuláveis sob domínio de uma criança com facetas de maestro apresentando um espetáculo, onde nós somos os protagonistas.
Você: Doce, sensível, indefesa e atrapalhada.
Eu: Carinhoso, romântico, carente e confuso.

Entretanto, Neste Romance O Vilão Sou Eu.

Matheus Fonseca Pinheiro

segunda-feira, 11 de abril de 2011

É Matemática que ela quer ?


Então,
Virei uma incógnita, também uma linha senoidal
Consigo pensar menos nela – só não perco a intensidade – ainda que quando a vejo a razão é nula
Como num logaritmo minha vida deixou de viver à base dela
Minhas tentativas de ser um mínimo divisor comum terminaram, agora sou apenas um número real que aprendeu a usar o expoenteE o mais incrível disso tudo, minhas probabilidades aumentaram… 
Descobri que o que eu pensava e fazia era inversamente proporcional ao objetivo, e aprendi a fazer combinações
Mas, de fato, ainda preciso calcular minuciosamente toda a área desse novo prisma, ainda que a base, seja a mesma.

Raphael Costa

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Viagem!


Enquanto a caneta, aqui, desliza sobre o papel, meu amor e seus cabelos loiros se distanciam, a passos quilométricos, das minhas mãos.
Ficaremos longos dias separados por obra do destino. Todo este tempo, não sei se é o bastante pra me fazer cair aos prantos, ou apenas o necessário para perceber com sua falta, tamanha importância do teu colo.
Me chamem de tolo aqueles que nunca sentiram saudade; me julguem dramático, os que não tem um coração apaixonado, mas me dêem ouvidos, pelo menos, as pessoas que possuem sensibilidade ao ponto de perceberem a intensidade das minhas palavras:
“Ela foi embora e levou um pedaço de mim
ao findar do dia, voltaria, mas não sei quando é o fim.
A foto na estante e o perfume pela casa
fragiliza com rompante meu peito inteiro em brasa.
Seu sorriso, seu carinho, seu olhar.
recordo isso tudinho, como um inesquecível Cheiro de Mar.
Beijos molhados, corpos colados,
hormônios aflorados, sonhos censurados.
Corações rendidos, encontros escondidos,
mortos, feridos, desejos proibidos.
Cada vez mais longe, prometo esperar teu regresso
com a paciência de um monge, tendo na mão o ingresso.
Ingresso do show, o nosso espetáculo.
Vamos do Rio à Moscou sem nenhum obstáculo.
As cortinas se abrem, ouvem-se aplausos e gritos.
No palco descobrem nossos pequenos e grandes delitos.
Que a mocinha descanse, pois na peça faltou o vilão.
E termina assim o Romance, mas pra rimar eu digo que não."
Matheus Fonseca Pinheiro

quinta-feira, 31 de março de 2011

A amarga dinâmica injusta do existir!


Defino meu estado de espírito presente como um misto de tédio e indignação.
A lei natural das coisas parece estar sendo desleal comigo.
Todos nós, batalhadores e heróis de nossa própria história, merecemos, eventualmente, comemorar pela concretização de um sonho, ou, ao menos, pelo acontecimento de algo, pelo qual, lutamos muito até, finalmente, conseguir. Entretanto, raros são os momentos de felicidade plena e vitória completa. Na prática, sempre sobra uma fagulha do antigo sonho pra nos angustiar e conter o grito de alegria total. Esse restinho impreciso é que me alfineta a alma.
Sempre me incomodou o fato de nada na vida ser cem porcento, mas acho que com o passar dos anos, estou ficando mais impaciente (e mais ansioso também). Há momentos em que não dá pra esperar, porque alguns dias podem lhe valer pelo resto da vida, só que, infelizmente, tem coisas que não estão ao alcance dos nossos dedos, e o que nos resta é, de mãos atadas, torcer pelo resultado a favor da nossa expectativa.
É estranho ter seu sonho (mesmo o restinho dele) nas mãos de quem nunca se viu. Não sei quanto à você, mas eu tenho uma enorme sensação de impotência, e um, involuntário, pensamento pessimista (Vai dar tudo errado!). 
Parece que só o que se pode fazer é rezar pedindo que tudo termine bem. Mas rezar é algo complexo. Não é palpável, não tem olho no olho, não tem registro em cartório, e no final das contas, você pode até sair mais aliviado, mas não há a certeza de que o seu pedido será correspondido, já que também depende do outro.
Eu, particularmente, acho que merecia respirar fundo e ficar por alguns instantes em paz de espírito comigo mesmo, pelo que me empenhei nessa luta. Foi sem dúvida a coisa que eu mais batalhei pra conseguir na minha vida, e por isso acho que merecia recompensa.
Hoje sei que o poeta está equivocado porque quem espera nem sempre alcança.
Seja destino, castigo ou karma, não cabe a mim julgar mais.
É tudo demasiadamente complicado neste mundo “imposible de regir”.
É tudo muito confuso, já que não há roteiro nem visão poética para a realidade.
Enxergo o futuro embaçado, meu coração sufoca de agonia e minha cabeça não para de girar.

Maldita terra dos infiéis, onde nem todo mundo tem o que merece, pelo contrário, os abençoados são sempre os hereges e ateus, nessa amarga dinâmica injusta do existir.

Matheus Fonseca Pinheiro