quinta-feira, 9 de junho de 2011

Blefe Fatal


Que a minha vida, alicerçada por falhas e indecisões, seja reinventada, com bases de felicidade e inconstância, após o corte epistemológico causado pela sua aparição.
Seja por destino ou por pura luta, o fato é que, hoje, depois de uma eternidade, não consigo vislumbrar outra possível alternativa que me faça sentir completo, que não fosse a tua companhia me transbordando de paixão.
Vejo meu sorriso refletido no espelho e enxergo nele um brilho especial. Os poemas da Elisa Lucinda e as crônicas da Martha não passam mais indiferentes à minha sensibilidade. Foto na cabeceira, mensagem no celular, perfume no corpo, gosto na alma.
Todos os indícios de um nada me remetem ao seu tudo e o desejo despertado pela carne, é, simplesmente, a expressão vital da profunda essência do espírito. Paralelamente ao nosso karma, compreendo com perfeição a força de uma trajetória longa, conturbada e morna. Entretanto, retrato um final bem recompensado e mais que vitorioso.
No início a gente combinou que não ia ser amor. Firmamos compromisso, registramos em cartório e contratamos as testemunhas. Agora, nada disso adianta mais, se soltamos a rédia e perdemos o controle da situação.
As testemunhas estão mortas, o contrato foi rescindido e o compromisso passou a ser, então, seriamente pautado.
No frigir dos ovos, descobri que não dá pra combinar nada com o coração. Ele rouba no jogo, mente nas palavras, nas cartas, e dependendo da aposta, o blefe pode ser fatal.
Matheus Fonseca Pinheiro

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