sábado, 22 de fevereiro de 2014

"Amor de Pica!"


Já dizia meu pai, que Deus o conserve, "Amor de pica, bate e fica!", e não há quem negue. Basta uma pegada forte e um jeito cafajeste pra tornar um amor forte e resistente até à peste. É sério, teste! Meu pai foi um gênio em assunto de mulher; era disputado no tapa ou no jogo de 'mal-me-quer'. Morreu de infarto e de estresse, de tanta moça pegando no pé; sem falar dos 'cabaré'... Mas isso é outro assunto, deixa pra lá, o fato é que a teoria dele, meu camarada, é impossível de refutar.

Hoje eu tenho um quilo de amigas que namoram o mesmo cara há anos e se dizem felizes e satisfeitas por ainda fazer par com aquele menino que conheceram no ensino médio. Que tédio! 5 ou 6 anos se passaram e mesmo depois de tantas mudanças, brigas e insatisfações, elas continuam estagnadas, com eles, e nunca ousaram viver outras paixões. Não me levem a mal, garotas, mas as palavras do meu pai aqui, vem muito a calhar: 
“Se o seu primeiro namorado te comeu bem, é com ele que você vai querer casar.”

Eu não espero que concordem comigo, mas no fundo sei me dão razão. É meio inconsciente tudo isso, eu sei, mas não tem solução. Salvo raríssimas exceções, na prática é assim que acontece: O cara ‘mata a cobra e mostra o pau’ e ela nunca mais esquece. Tá aí, pronto, isso já basta pra uma menina sonhadora e recém iniciada sexualmente se imaginar 20 anos depois, viajando pra Búzios com o ‘dito cujo’ e seu casal de filhinhos bonitinhos, loirinhos e bem comportadinhos, no banco de trás de um desses novos Cooperzinhos.

Obviamente, as queridas leitoras a essa altura do campeonato já devem estar dizendo que eu sou um tremendo insensível. Um boçal. Um cara que não acredita no amor verdadeiro, que não crê naquele lance de almas gêmeas, e o escambáu! É, de fato eu não acredito em alma gêmea e esses blábláblás todos que tentam nos vender na novela das 8, mas o amor existe sim, é claro, só não precisa ser tão afoito. É no mínimo incoerente aceitar que alguém encontra seu par perfeito (se é que isso existe) aos 15 anos, com zero de experiências amorosas e nenhum conhecimento da vida e do mundo. É meio apelação... mas serve de justificativa àqueles que não alçam voos de gavião. Tá, mas o que seria isso então? – pergunta minha amiga nanica – Resposta: Amor de pica, querida, #ficaadica!

O problema, diga-se de passagem, é quando batem os momentos de dúvida, recorrentes em quaisquer relacionamentos. Quem não construiu um namoro embasado em franqueza e maturidade, acaba caindo em gravíssimos questionamentos. Tipo: e se eu mudar a marca do leite? - Leite que faz bebê - Será que Parmalat é melhor que Elegê? Será que com aquele moreno da academia que pega 80 no supino seria melhor do que com o meu namorado franzino? São perguntas que nunca vão se calar...

Depois dessa explanação elas vão ficar loucas! Vão me xingar e fazer questão de gritar: Mentira, eu só sinto desejo pelo meu namorado! - Tá ok, combinado. Pra algumas eu até acredito, mas isso reforça ainda mais a teoria do meu velho, O Mito. Não tem pra onde correr, amigos, ele falou: Tá falado. E vocês aí, moçoilas, que só transaram com um cara na vida: Tomem muito cuidado. A teoria é forte, comprovada empiricamente, reincidente nas melhores famílias: Passa de avós pra mães, e mães pra filhas...


Bom, antes que me crucifiquem, vou terminar a prosa dizendo que o texto não passa de pura bobagem. Não acredito de fato em nada que escrevi aqui, é só insight de blogueiro, pura viagem. No frigir dos ovos, o amor não escolhe raça, cor, nem idade. Foi apenas uma brincadeirinha, relaxem, sem maldade; mas os fortes entenderão que toda brincadeira tem um fundo de verdade.

Matheus Fonseca Pinheiro