sábado, 28 de julho de 2012

Pensa Bem, Meu Bem!



Foi assim de relance. Simplesmente acabou. A correria da faculdade e as rotinas divergentes nos distanciaram. Você não ligou mais; eu também não. Hoje a gente se esbarra, troca umas ideias, tenta não tocar no assunto... Mas esse seu olhar de quem ainda tem muita coisa pra dizer, eu conheço de longe. O que eu não entendo é o que te faz ficar quieta sempre.

Ah, já sei, tem aquele lance da coragem, né?! Você não é dessas que assume o risco. Pois bem, meu anjo, a vida é curta, e ela me ensinou que, de tempos em tempos, a gente tem que pagar pra ver – pra valer a pena viver. Jogar no tudo ou nada. Apostar alto. Numa visão mais economista do caso: “Quanto maior o risco, maior a rentabilidade”. São as maiores apostas que trazem as melhores remunerações.

Ouça-me bem, amor: segura a minha mão. Confia em mim e vem. Sei que você vai dizer que está bem como está; eu também estou, acredite. Mas a fuga sempre esconde um resquício de covardia. E se há alguma coisa escondia ainda, é porque existe receio, e por trás deste, algo que pode mudar o rumo das coisas que aconteceram até aqui. Então não hesita, me conta o que passa aí dentro do seu coração. Meus poderes são limitados, e apesar de ter certeza de que há algo intrínseco aos seus sentimentos que eu preciso saber, não consigo desvendar o que, de fato, é.

Entenda que eu não quero te impor nada. Só peço sinceridade. Quero as cartas na mesa. Jogo aberto. Preciso saber, de uma vez por todas, quem leva a partida. Se eu perder, a gente acaba com esse assunto e eu vou embora. Afinal de contas, apostei tudo no seu sorriso, e depois disso nada me sobrou. Mas se eu ganhar, você também ganha. Aliás, você me ganha, e nós, juntos, ganhamos o mundo inteiro pra fazê-lo testemunhar que o que o destino escreve não há ninguém que possa apagar. 

Matheus Fonseca Pinheiro

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cartas Marcadas ...


É difícil demais jogar esse jogo, onde os jurados são imparciais e o meu adversário é cúmplice das desonestidades da bancada dos avaliadores.
“Eles ganham a corrida antes mesmo da largada!” diria Humberto em “3° do plural”. É aquele típico mundo onde sua  aceitação no circo não depende do quão capacitado você é para domar o leão, mas sim do quanto você é amigo do dono da Companhia e com que frequência está disposto a sorrir quando este imbecil tomar uma atitude equivocada, como maltratar o animal, por exemplo. 

É, no mínimo, desconfortável ter que assistir calado a construção deste castelo de cartas marcadas. Cartas belas, sorridentes, simpáticas. Tão belas quanto frágeis. E quando as bases não são sólidas, amigo, o castelo tende a desmoronar muito rapidamente. Até aí tudo bem, o problema é quando esse desmoronamento afeta as bases do meu castelo, que eu construí com muita transparência e honestidade, e não admito que a sua inconsequência venha a prejudicar o meu tão suado trabalho num futuro próximo!

É melhor você entender a mensagem assim, camuflada por alusões. Eu não quero ser tão direto contigo... 
Aposto que não te agradaria nada, a alteração do meu tom de voz!

Matheus Fonseca Pinheiro