A lei natural das
coisas parece estar sendo desleal comigo.
Todos nós,
batalhadores e heróis de nossa própria história, merecemos,
eventualmente, comemorar pela concretização de um sonho, ou, ao
menos, pelo acontecimento de algo, pelo qual, lutamos muito até,
finalmente, conseguir. Entretanto, raros são os momentos de
felicidade plena e vitória completa. Na prática, sempre sobra uma
fagulha do antigo sonho pra nos angustiar e conter o grito de alegria
total. Esse restinho impreciso é que me alfineta a alma.
Sempre me incomodou o
fato de nada na vida ser cem porcento, mas acho que com o passar dos
anos, estou ficando mais impaciente (e mais ansioso também). Há
momentos em que não dá pra esperar, porque alguns dias podem lhe
valer pelo resto da vida, só que, infelizmente, tem coisas que não
estão ao alcance dos nossos dedos, e o que nos resta é, de mãos
atadas, torcer pelo resultado a favor da nossa expectativa.
É estranho ter seu
sonho (mesmo o restinho dele) nas mãos de quem nunca se viu. Não
sei quanto à você, mas eu tenho uma enorme sensação de
impotência, e um, involuntário, pensamento pessimista (Vai dar tudo
errado!).
Parece que só o que se
pode fazer é rezar pedindo que tudo termine bem. Mas rezar é algo
complexo. Não é palpável, não tem olho no olho, não tem registro
em cartório, e no final das contas, você pode até sair mais
aliviado, mas não há a certeza de que o seu pedido será
correspondido, já que também depende do outro.
Eu, particularmente,
acho que merecia respirar fundo e ficar por alguns instantes em paz
de espírito comigo mesmo, pelo que me empenhei nessa luta. Foi sem
dúvida a coisa que eu mais batalhei pra conseguir na minha vida, e
por isso acho que merecia recompensa.
Hoje sei que o poeta
está equivocado porque quem espera nem sempre alcança.
Seja destino, castigo
ou karma, não cabe a mim julgar mais.
É tudo demasiadamente
complicado neste mundo “imposible de regir”.
É tudo muito confuso,
já que não há roteiro nem visão poética para a realidade.
Enxergo o futuro
embaçado, meu coração sufoca de agonia e minha cabeça não para
de girar.
Maldita terra dos
infiéis, onde nem todo mundo tem o que merece, pelo contrário, os
abençoados são sempre os hereges e ateus, nessa amarga dinâmica
injusta do existir.
Matheus Fonseca Pinheiro
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