quarta-feira, 6 de abril de 2011

A Viagem!


Enquanto a caneta, aqui, desliza sobre o papel, meu amor e seus cabelos loiros se distanciam, a passos quilométricos, das minhas mãos.
Ficaremos longos dias separados por obra do destino. Todo este tempo, não sei se é o bastante pra me fazer cair aos prantos, ou apenas o necessário para perceber com sua falta, tamanha importância do teu colo.
Me chamem de tolo aqueles que nunca sentiram saudade; me julguem dramático, os que não tem um coração apaixonado, mas me dêem ouvidos, pelo menos, as pessoas que possuem sensibilidade ao ponto de perceberem a intensidade das minhas palavras:
“Ela foi embora e levou um pedaço de mim
ao findar do dia, voltaria, mas não sei quando é o fim.
A foto na estante e o perfume pela casa
fragiliza com rompante meu peito inteiro em brasa.
Seu sorriso, seu carinho, seu olhar.
recordo isso tudinho, como um inesquecível Cheiro de Mar.
Beijos molhados, corpos colados,
hormônios aflorados, sonhos censurados.
Corações rendidos, encontros escondidos,
mortos, feridos, desejos proibidos.
Cada vez mais longe, prometo esperar teu regresso
com a paciência de um monge, tendo na mão o ingresso.
Ingresso do show, o nosso espetáculo.
Vamos do Rio à Moscou sem nenhum obstáculo.
As cortinas se abrem, ouvem-se aplausos e gritos.
No palco descobrem nossos pequenos e grandes delitos.
Que a mocinha descanse, pois na peça faltou o vilão.
E termina assim o Romance, mas pra rimar eu digo que não."
Matheus Fonseca Pinheiro

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