“Hoje faríamos 3 anos juntos. E como quem esperava te ver,
talvez, com a esperança de que esta data também fosse importante pra você,
voltei àquele lugar onde a gente costumava se encontrar nos sábados às
escondidas. Fiquei uma hora e vinte minutos sentado no banco, e quando o sol
começou a se pôr eu percebi que você não viria mais...”
Foi dolorida a sensação de entender que você realmente não sente mais
nada... eu não estava preparado para isso. Todas as meninas que viravam a
esquina em minha direção me pareciam você, num primeiro instante. Como se meu
cérebro, por intervenção do inconsciente, te enxergasse em todos os rostos
femininos durante o tempo em que fiquei ali esperando. Era agonizante a
ansiedade pra te ver. Mas você não deve ter lembrado... afinal, são muitas
datas para memorizar, não é?
Você sempre foi melhor do que eu nesse lance de datas
comemorativas, mas ainda me lembro de todas: O primeiro encontro, o primeiro
beijo, a primeira transa, o primeiro Reveillon... até o primeiro presente. A
propósito, ainda é o tênis que eu mais uso, sabia? Você conhecia como ninguém o
meu gosto pra roupas. Sabia de cor as minhas preferências. Hoje, acho que não
se recorda nem do meu telefone. Mas tudo bem, deve fazer parte da sessão de
coisas que você fez questão de esquecer.
Eu sonhei contigo essa semana e pensei que fosse um sinal do
destino pra eu aparecer lá, na viela, como nos velhos tempos, e te encontrar
exatamente no dia 8 de agosto. Faria muito sentido. Mas como você mesmo me
adjetivava, eu sou apenas um sonhador romântico. Nunca deveria ter ido. Não
deveria ter, sequer, acreditado que os sonhos são missionários divinos com a
tarefa de fazer com que o destino seja cumprido.
Essa coisa de destino é escrita a lápis e a gente tem
borracha, caneta e autonomia para reescrevê-lo da forma que julgar mais conveniente.
Você fez isso... reescreveu, mas esqueceu de me comunicar.
Matheus Fonseca Pinheiro
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