As despedidas em
aeroportos são sempre as piores.
Certa vez, em uma
dessas, um homem qualquer parecia estar perdendo um pedaço do
coração (e de fato estava). Ele chorava incessantemente, e abraçava
a moça tão forte que seus braços tremiam. Em uma das mãos a moça
segurava o passaporte, e na outra uma agenda de fotos e anotações.
Suas malas, dispostas uma em cima da outra, assistiam àquela cena
com muita lástima. O homem sussurrava palavras desesperadas de amor
e perdão, e a mulher acolhia-as com muitas lágrimas. O dia estava
chuvoso e frio, era julho. O relógio apontava para as nove da noite,
e embora o maior desejo daquele casal, nesse momento, fosse parar o
tempo, os ponteiros giravam rápido demais, eu diria que até mais
rápido que o normal.
Ela não sabia o que dizer naquela hora, eram
muitos sentimentos misturados, muitas sensações embaraçadas, e só
os soluços cortavam o silêncio no saguão.
Ele abraçava-a,
beijava-a, mas nada parecia suficiente para conter-lhe o choro, e ela
se deixava repousar em seus ombros inconsolável. Havia muita verdade
naqueles olhos... mas não havia solução.
Aquele homem era EU e a
moça também foi, um dia, um pedaço de mim. (...)
CONTINUA...
Matheus Fonseca Pinheiro
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