sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"O Penúltimo Adeus"



As despedidas em aeroportos são sempre as piores.
Certa vez, em uma dessas, um homem qualquer parecia estar perdendo um pedaço do coração (e de fato estava). Ele chorava incessantemente, e abraçava a moça tão forte que seus braços tremiam. Em uma das mãos a moça segurava o passaporte, e na outra uma agenda de fotos e anotações
Suas malas, dispostas uma em cima da outra, assistiam àquela cena com muita lástima. O homem sussurrava palavras desesperadas de amor e perdão, e a mulher acolhia-as com muitas lágrimas. O dia estava chuvoso e frio, era julho. O relógio apontava para as nove da noite, e embora o maior desejo daquele casal, nesse momento, fosse parar o tempo, os ponteiros giravam rápido demais, eu diria que até mais rápido que o normal. 
Ela não sabia o que dizer naquela hora, eram muitos sentimentos misturados, muitas sensações embaraçadas, e só os soluços cortavam o silêncio no saguão
Ele abraçava-a, beijava-a, mas nada parecia suficiente para conter-lhe o choro, e ela se deixava repousar em seus ombros inconsolável. Havia muita verdade naqueles olhos... mas não havia solução.
Aquele homem era EU e a moça também foi, um dia, um pedaço de mim. (...)
CONTINUA...

Matheus Fonseca Pinheiro

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