Foi assim de relance. Simplesmente acabou. A correria da
faculdade e as rotinas divergentes nos distanciaram. Você não ligou mais; eu
também não. Hoje a gente se esbarra, troca umas ideias, tenta não tocar no
assunto... Mas esse seu olhar de quem ainda tem muita coisa pra dizer, eu
conheço de longe. O que eu não entendo é o que te faz ficar quieta sempre.
Ah, já sei, tem aquele lance da coragem, né?! Você não é
dessas que assume o risco. Pois bem, meu anjo, a vida é curta, e ela me ensinou
que, de tempos em tempos, a gente tem que pagar pra ver – pra valer a pena
viver. Jogar no tudo ou nada. Apostar alto. Numa visão mais economista do caso:
“Quanto maior o risco, maior a rentabilidade”. São as maiores apostas que
trazem as melhores remunerações.
Ouça-me bem, amor: segura a minha mão. Confia em mim e vem. Sei
que você vai dizer que está bem como está; eu também estou, acredite. Mas a fuga
sempre esconde um resquício de covardia. E se há alguma coisa escondia ainda, é
porque existe receio, e por trás deste, algo que pode mudar o rumo das coisas
que aconteceram até aqui. Então não hesita, me conta o que passa aí dentro do
seu coração. Meus poderes são limitados, e apesar de ter certeza de que há algo
intrínseco aos seus sentimentos que eu preciso saber, não consigo desvendar o
que, de fato, é.
Entenda que eu não quero te impor nada. Só peço sinceridade.
Quero as cartas na mesa. Jogo aberto. Preciso saber, de uma vez por todas, quem
leva a partida. Se eu perder, a gente acaba com esse assunto e eu vou embora.
Afinal de contas, apostei tudo no seu sorriso, e depois disso nada me sobrou.
Mas se eu ganhar, você também ganha. Aliás, você me ganha, e nós, juntos,
ganhamos o mundo inteiro pra fazê-lo testemunhar que o que o destino escreve
não há ninguém que possa apagar.
Matheus Fonseca Pinheiro
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