O pato e a pata de pé
no sapato partiram pra ponta pontuda do penhasco, publicando pro povo
um problema novo:
“Os felinos fugiram da casca do ovo!”
Um falcão, de
prontidão, fez a organização da comissão: No ar, o gavião; no
mar o tubarão; o jaguar ia no chão, a se guiar pela valentia do
leão. Unidos por rugidos em
sua comunicação, procuravam os desaparecidos com a ajuda da
população. A formiga e sua antiga amiga; o macaco de suvaco na
barriga; o elefante saltitante da caverna; e o gigante hipopótamo
sem perna. O tucano baiano com plano no pano e seus mano: Beltrano,
Fulano e Ciclano, faziam experiências com propil, metil, butil e
pentil, e misturavam propano e metano na catapulta, que pariu.
Agora, na hora da
aurora, a fauna chora porque a lei vigora:
“Os que amamos, sem
demora vão embora!”.
Voa, voa cegonha boa... distante, num rasante
sobre a lagoa. Voa pro mundo real, banal, desigual e canibal, onde os
gatinhos serão só gatinhos e o conto surreal terá seu tão
esperado ponto final.
Matheus Fonseca Pinheiro