quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Thousand Miles


Milhas de distância separam você do meu abraço, e, na verdade, é um pouco mais do que isso. Eu mal exponho a minha voz quando nos falamos, são tantas coisas rotineiras pra dizer, tantas novidades repetidas pra contar, que prefiro apenas ouvir você e as suas histórias engraçadas, lugares mágicos e experiências interessantes da cidade daí. Fico olhando a sua foto pra amenizar o aperto do peito, mas esses artifícios não funcionam muito comigo – nada substitui o seu cheiro e o seu sorriso de ‘garota levada da breca’.

Deve estar frio por aí, né? Eu imagino. Mas saiba que aqui, longe do seu colo, também tá, viu?! Hoje, segundo a previsão do tempo, aqui na cama fez -3°C , com sensação térmica de ‘volta logo pra cá’, e a tendência, disse a mulher do Jornal Nacional, é que continue assim até o fim de semana. Haja cobertor pra espantar a solidão.

Do Skype eu já desisti, sério. Quando eu preciso ouvir um ‘boa noite, e bom trabalho amanhã’, dita pela sua voz de nenenzinho-zé-manuel, a internet cai – é impressionante; e eu fico aqui indignado com essa Lei de Murphy que vive sempre online, atrapalhando a vida dos namorados à distância. Mas tá tudo bem, você tem aí uma longa noite das suas férias pra curtir e eu, aqui, uma rotina estressante, na empresa, amanhã pra cumprir.

Enfim, chororôs à parte, aproveita bastante, por você e por mim, mas volta pra cá antes do sol se pôr no sábado? Prometo que faço uma mistureba legal pra a gente comer junto, e preparo um filminho do Tarantino, já que você adora. Tá difícil pagar a tarifa do interurbano, mas essa noite eu te ligo pra dizer ‘Te Amo’, antes de dormir, ok? Só tem uma condição: Sábado, depois do filme, você tem que fazer a mesma coisa... mas no meu ouvido, e deitada do meu lado. 

Matheus Fonseca Pinheiro

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