Milhas de distância separam você do meu abraço, e, na
verdade, é um pouco mais do que isso. Eu mal exponho a minha voz quando nos
falamos, são tantas coisas rotineiras pra dizer, tantas novidades repetidas pra
contar, que prefiro apenas ouvir você e as suas histórias engraçadas, lugares
mágicos e experiências interessantes da cidade daí. Fico olhando a sua foto pra
amenizar o aperto do peito, mas esses artifícios não funcionam muito comigo –
nada substitui o seu cheiro e o seu sorriso de ‘garota levada da breca’.
Deve estar frio por aí, né? Eu imagino. Mas saiba que aqui,
longe do seu colo, também tá, viu?! Hoje, segundo a previsão do tempo, aqui na
cama fez -3°C , com sensação térmica de ‘volta logo pra cá’, e a tendência,
disse a mulher do Jornal Nacional, é que continue assim até o fim de semana. Haja
cobertor pra espantar a solidão.
Do Skype eu já desisti, sério. Quando eu preciso ouvir um
‘boa noite, e bom trabalho amanhã’, dita pela sua voz de nenenzinho-zé-manuel,
a internet cai – é impressionante; e eu fico aqui indignado com essa Lei de
Murphy que vive sempre online, atrapalhando a vida dos namorados à distância. Mas
tá tudo bem, você tem aí uma longa noite das suas férias pra curtir e eu, aqui,
uma rotina estressante, na empresa, amanhã pra cumprir.
Enfim, chororôs à parte, aproveita bastante, por você e por
mim, mas volta pra cá antes do sol se pôr no sábado? Prometo que faço uma
mistureba legal pra a gente comer junto, e preparo um filminho do Tarantino, já
que você adora. Tá difícil pagar a tarifa do interurbano, mas essa noite eu te
ligo pra dizer ‘Te Amo’, antes de dormir, ok? Só tem uma condição: Sábado,
depois do filme, você tem que fazer a mesma coisa... mas no meu ouvido, e deitada do
meu lado.
Matheus Fonseca Pinheiro
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